Nenhuma surpresa: depois do abanão de “im hole”, o primeiro disco, de 2021, “hexed!” atirou-nos quase ao chão. E escrevemos ‘quase’ porque dez temas desta obra possuem uma energia vital que nos mantém de pé, em sintonia perfeita com o ritmo que avassaladoramente emerge da sua música. Ouvimos sons e palavras de revolta, mas igualmente ouvimos música de reencontro, de apaziguamento com os seus monstros, numa nova realidade que escreve a sua nova história. Seja aqui, em disco, seja em palco, aya professa honestidade — será esse o seu superpoder? —, mesmo que seja cruel e violenta, mesmo que o resultado ainda obrigue a alguma desarrumação e a espalhar os estilhaços pelo chão. Mas este confronto é o que a faz seguir em frente, é o que faz da sua música ser assim, tão necessária. Para aya e, de coração muito aberto, para nós também.