Giovanni Di Domenico

apresenta “Nachleben”

estreia mundial

Algures nas biografias de Giovanni Di Domenico, sublinha-se o facto de ser um pianista autodidacta. Podia ser um detalhe sem grande importância num percurso que, depois, pela dimensão, obscurece este tipo de informação. Mas talvez tenha sido este lanço formativo que baralhou tudo e deu a este italiano — mas belga há muitos anos — uma ginástica criadora sem paralelo — e regras! A solo ou em diálogos, dentro e fora do jazz, ou compondo para ensembles, Di Domenico tem registado na sua imparável discografia um percurso de absoluto encantamento. E se podemos encontrar parte da razão deste maravilhamento, talvez venha da sua linguagem minimalista, circular e repetitiva, com que muitas vezes parece suster toda a sua arquitectura musical. É no meio deste aparente labirinto agrilhoado que ouvimos uma liberdade hipnótica e inebriante, como se a felicidade desflorasse na mais inesperada das paisagens. E para o Semibreve deste ano, o contentamento é intensificado com a estreia absoluta de “Nachleben”, a nova obra jubilante a solo de Giovanni Di Domenico.