Clarice Jensen

Antes de chegarmos à valiosa música de Clarice Jensen, há uma infinita galáxia por abrir à volta de colaborações com Jóhann Jóhannsson ou Max Richter, participações em discos da Taylor Swift ou Björk, concertos na companhia de Bitchin Bajas ou Marissa Nadler, bandas sonoras para TV e cinema, entre outras meritórias ocupações. É deste imenso caldeirão de afazeres, interesses e inspirações que retiramos parte da explicação para a riqueza do seu trabalho de composição. Ao longo dos últimos 10 anos, Jensen foi expondo o seu valor através de um trilho feito de discos essenciais para quem se aventura a atravessar o espelho do minimalismo norte-americano, da corrente neo-clássica ou da escrita musical contemporânea. “Esthesis”, a sua mais recente obra, ilustra bem este desejo de aventura ao sugerir-nos emoções relacionadas com a sinestesia grafema-cor, isto é, quando sons criam associações a cores, formas ou movimentos. Dito de outro modo, um caminho possível para se conectar com o sublime.